No fundo do coração humano, entretanto, algo surdo e obstinado resiste;
algo indomado protesta a nos dizer que há alguma coisa indefinível
pela qual existimos e aspiramos, algo por que vale a pena viver e sofrer.
(Eduardo Giannetti, in Felicidade p. 184)
(Eduardo Giannetti, in Felicidade p. 184)
Além dos corais, por Sergia A.
Avanço sobre as ruas desertas da minha cidade. Sobre o vazio que as pessoas em partida deixam para trás no último dia do ano. A nudez das avenidas me provoca insistentemente. Perco (ou ganho) algumas horas inspirando ausências. Acelero em direção a lugar nenhum. Guiada apenas pelo desejo de me deixar contaminar por essa ilusão do nada. Ou, quase nada. Do que repousa no limiar, entre o que se finda e o que ainda se anuncia.