O filme serve para exercitar o homem nas novas percepções
e reações exigidas por um aparelho técnico cujo papel cresce
cada vez mais em sua vida cotidiana.
Fazer do gigantesco aparelho técnico do nosso tempo
o objeto das inervações humanas – é essa a tarefa
história cuja realização dá ao cinema o seu verdadeiro sentido.
(Walter Benjamim, in Magia e Técnica, Arte e Política –
Trad. Sergio P. Rouanet, p. 174)
Gefion e seus filhos, por Sergia A.
Filmes de entretenimento. Filmes hollywoodianos. Filmes comerciais.
O que mais? Como denominar a produção cultural que parece dominar o imaginário coletivo mundial e se reproduz como praga?
Mas, convenhamos, quem resiste a uma adocicada comédia romântica? Ou às fórmulas imutáveis e os efeitos especiais dos filmes de ação? Eles conhecem bem nossos anseios ou, quem sabe, somos produtos dessa indústria, desenvolvidos para consumi-la.
Todavia não fomos completamente vencidos. Teimosamente surgem de vez em quando, alguns heróis, rebeldes, revolucionários prontos a nos redimir. Foi assim na década de 1920 com o Expressionismo alemão ou, na década de 1950 com Neo-realismo italiano ou, nos anos 1960 com a Nouvelle Vague na França e o Cinema Novo no Brasil. Ou, ainda, mais recentemente, com o Dogma95 na Dinamarca.