domingo, 29 de abril de 2012

Aquarela



Cores em fuga,  por Sergia A.


No branco, o verdor
de múltiplos tons sorvidos
no preto sem cor.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobrevida


Uma corda para o céu,  por Sergia A.



Esvai-se o momento
Livre em sua fragilidade,
Alçada no vento
 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Argumento




Não atendi ao chamado. Estava sem tempo, argumentei de forma convincente. Mas, afinal, o que é o tempo?
Um pensamento insistente sacode a quietude da noite. Já não há remédio, só o exercício de leitura e tradução, renitente como um pedido de misericórdia.
Que o ritmo elegante e a complexa simplicidade do poema de Robert Frost purifiquem a minha alma, com o perdão para o duplo pecado:

A Time to Talk

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Afeto


O Primeiro Beijo,  por Sergia A.
Pintura rupestre descoberta em 1973 na Toca do Vento
Parque Nacional da Serra da Capivara - PI


Sexta-feira, treze. E eu aqui querendo falar de sentimentos, daquilo que nos toca, nos move, nos define. Falar de sinos, de estrelas, de borboletas no estômago, de uma voz enrouquecida que sussurra ao meu ouvido: estou viva.
Falar do não dito, do proibido, daquilo que a garganta guarda para ruminar em noites insones.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Do Laboratorio: a arte de servir


Foi-se o oitavo mês. O primeiro ano avança entre novas descobertas, lembranças e reflexões.



Foto de reprodução do original de Liz Medeiros (2002)


Já disse aqui uma vez que adoro dicionários. Eles estão sempre prontos para me socorrer quando o pensamento deseja ardentemente ter uma forma concreta. Algumas vezes percebo certa conspiração do universo para que esse convívio se materialize. Vejam se não tenho razão. Em um dia um amigo me chama a atenção para a origem do meu nome, muito provavelmente do Etrusco, depois do Latim (sergius) dizia ele meio constrangido para me confirmar o significado em bom português: “servo, escravo”.  No outro, por causa de uma pessoa querida, eu que não tenho prática religiosa há anos, senti um nó na garganta e não segurei a lágrima ao ouvir a voz grave de um coral octeto enchendo uma Igreja com a beleza e lição de humildade da Oração de São Francisco. Como se não bastasse, no dia seguinte recebo um convite para participar de uma reunião informal de apreciadores de vinho. O grupo carinhosamente se autodenomina CONFRALIZ, em homenagem a um dos seus integrantes fundadores que já não está entre nós fisicamente, a artista plástica autora do desenho que hoje ilustra esta página e inspira o texto.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Púrpura


Cores da tarde,  por Sergia A.


Em traje solene,
a tarde silencia o azul.
Noite, de repente.