E já se foi o sétimo mês do primeiro ano da segunda parte. Tempo de recomeço, quando sentimentos se misturam enquanto as experiências continuam fervilhando no laboratório ou na lembrança.
E Deus falou para Noé e seus filhos com ele, dizendo:
"...Este será o sinal da aliança que estou fazendo entre mim e vós
e todo ser vivente que está convosco, por todas as gerações.
"Meu arco-íris pus na nuvem ... Quando o arco-íris puder ser visto nas nuvens,
vou lembrar minha aliança ...
Nunca mais as águas se tornarão em dilúvio para destruir toda carne. "
(Gênesis 9:8-15)
Janela para o arco-íris, por Sergia A.
De vez em quando um arco-íris invade minha janela. Nessas ocasiões faço questão de esquecer o fenômeno físico da refração da luz. Gosto de pensá-los como sinais. Pura bobagem de quem ainda se dá ao luxo de olhar para o céu. Desta vez o seu espectro colorido me transportou pelos labirintos da primeira parte. Sinais?
Quando suas portas se abriram para mim, vivíamos ainda um tempo nebuloso. Sob o comando de um General que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo, a ditadura agonizava propondo uma abertura lenta e gradual. Beneficiados pela lei de anistia os exilados estavam de volta levando às universidades, aos sindicatos e às ruas o toque de despertar. Timidamente voltávamos a ter o direito ao sonho democrático. O Banco como produto dessa sociedade reproduzia esse mundo conflituoso, de normas rígidas e pessoas dispostas a transgredi-las. Entretanto, as transformações seguiam os passos lentos e graduais da cavalaria que ainda dispunha de mãos de ferro. Manter-se vivo, depois do dilúvio, significava fazer alianças.